"Caso o cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele,

reclame de si mesmo que não é poeta o bastante

para evocar as suas riquezas."


Rainer Maria Rilke

Cartas a um jovem poeta.Porto Alegre: L&PM,2006.p.26




quinta-feira, 29 de agosto de 2013

A despedida

A nossa praça Tamandaré tem uma característica muito peculiar, possuir um mini-zoológico com patos, porquinhos da Índia, tartarugas e a grande atração das crianças: os macaquinhos. Na verdade, o lugar não é o ideal e os cuidados profissionais também estão sujeitos às condições orçamentárias da prefeitura municipal. Isso acontece há muitos e muitos anos. A praça já teve também uma anta, um pavão, vários ratões do banhado, duas emas. Todos os animais viveram numa época em que os adultos levavam as crianças para apreciar e conhecer espécies diferentes dos domésticos: cachorros e gatos. 
Havia respeito e carinho pelos animais. 
Hoje faz-se outra reflexão sobre esse mini-zoológico e algumas questões foram levantadas sobre o confinamento dos animais, as condições de segurança e os cuidados necessários. Em virtude disso, o vereador Peter Botelho requereu um estudo sobre a permanência ou não,  principalmente dos macacos, neste espaço público.
Houve um acirrado debate na Câmara e a consulta aos órgãos competentes onde concluiram que os macacos não devem mais ficar ali e serem transferidos para outro local mais adequado.
Sabendo desta decisão fomos nos despedir e relembrar os tempos de criança em que ficávamos encantados com os macaquinhos, seus malabarismos e suas caretas.
Se isto é o melhor para vocês então: ADEUS, amiguinhos!





domingo, 18 de agosto de 2013

Tirando o mofo do inverno

O inverno do sul do Brasil é muito longo. Este, em particular, tem sido muito frio e com bastante chuva.Deve ser por  isso que somos um povo quieto, silencioso, um pouco carrancudo. Com o intenso frio e vento soprando forte não dá vontade de sair cantando por aí. A gente quer é ficar dentro de casa, bem tapado, tomando bebidas quentes e engordando, porque gordura protege do frio.
Mas assim que as nuvens se dispersam e o Sol brilha intensamente no céu azul dá aquela vontade de sair para rua e tirar o mofo.
Aqui optar por pedalar à beira da praia é uma das sugestões mais saudáveis para o corpo e a mente.
Fizemos uma pedalada destas e aí está o registro. Quem quiser pegue carona.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Discurso e prática

Estamos em 2013 e embora tantas ideias modernas e questionadoras as crianças ainda recebem   brinquedos baseados no gênero (masculino/feminino).Ou seja, às meninas muitas bonecas, maquiagem infantil, pulseirinhas, bolsas, roupas rosas. Aos meninos a bola de futebol, a camisa de jogador, os carrinhos, os jogos.
Eu que fui criança por volta dos anos 60, não fugi à regra.
Meu neto que completou três anos neste mês teve uma caixa cheia de carrinhos, bola, camisa de futebol e bonecos- todos super-heróis.
Os convidados eram jovens, com curso superior. Garanto que se perguntados sobre "a influência psicológica dos brinquedos no desenvolvimento infantil e nas questões de gênero" responderiam que realmente enfatizamos os papéis femininos e masculinos e reforçamos no ato de brincar.Diriam que devemos dar bonecas também aos meninos para aprenderem a função paterna de como cuidar de um bebê ou mais jogos às meninas para estimular a competitividade, tão sufocada no meio feminino.
Frases muito bonitas e de vanguarda, mas na prática ninguém ousa chegar no aniversário de um menino e lhe entregar um bebê, um carrinho ou conjunto de panelinhas. Nem para a menina uma bola de futebol, um homem aranha ou um caminhão cheio de carrinhos.
Eu mesma também concordo, mas ainda não comprei um brinquedo com esse propósito.
O discurso é perfeito, mas a cultura ainda é mais forte.



sábado, 3 de agosto de 2013

Minhas joias

Não sei se outras pessoas gostam de olhar fotos antigas, mas eu gosto e muito. 
Quando vou arrumar as gavetas, os armários, sempre pauso nas fotos e fico por longo tempo admirando os detalhes das roupas, da paisagem e tento me reportar à época. Não tenho muitas. Meus pais não tinham o hábito de registrar as datas importantes em fotos . Além do mais, fotografar era caro e geralmente precisava-se de um fotógrafo(retratista) e também não tínhamos uma máquina fotográfica. 
Então as fotos que disponho me valem mais do que qualquer joia que herdei.
Sem falar que muitas delas foram perdidas com passar do tempo e quando me dei conta só restavam algumas.
Esta é uma das minhas joias-lembranças e que guardo em um cofre lacrado: o coração,
Passeio na praça Tamandaré com meus pais anos 60