"Caso o cotidiano lhe pareça pobre, não reclame dele,

reclame de si mesmo que não é poeta o bastante

para evocar as suas riquezas."


Rainer Maria Rilke

Cartas a um jovem poeta.Porto Alegre: L&PM,2006.p.26




terça-feira, 26 de julho de 2016

A herança dos avós

Talvez tenha me atrasado para chegar nesta existência, por isso não deu tempo de conviver com meus avós legítimos. Deles soube apenas as histórias que me contaram: um era José, o pai da minha mãe , um português, fiel trabalhador que no intervalo do serviço passava em casa para tomar o cafezinho da tarde. Ele casou-se com minha vó Laura, que além dos cinco filhos, cuidou outras crianças como babá. Ela foi a única que tive contato por poucas vezes até que o Alzheimer lhe tirou toda a memória.
Meu avô paterno chamava-se Constante, era professor em escola rural, muito calmo e apreciava os livros. Dele acho que recebi o gosto por ensinar e a calmaria que me acompanha. Era casado com a vó Avelina, muito braba, agitada e decidida, morava no campo do Albardão. Dela, acho que só herdei o alongamento do nariz.
No entanto "essa falta de vó" não me acomodou, adonei-me do carinho e afeto de todos os vovós e vovôs que cruzaram pelo meu caminho. E, ultimamente, achei uma vó-cigana que tem alegrado minhas tardes.
De todos herdei lembranças e ensinamentos carregados de carinho.
Neste dia, ofereço essa sincera homenagem a todos, vocês, vovôs e vovós!!